Semana do livro banido!

Nos EUA é assim… claro que alguém podia vir à Bedeteca de Lisboa queimar alguns livros de super-heróis, por exemplo. Ou ainda a maior parte dos livros da Meribérica/Liber, Booktree e Asa,… Assim, os do Mike Diana, Alberto Breccia e Ilan Manouach podiam respirar um bocado e sentirem um momento de Justiça Cósmica! Felizmente (ou será infelizmente?) não estamos no país da Liberdade para podermos queimar livros à vontade…

Monde Burgos

Não é só a Amanda Baeza que está representada entre gigantes… Descobrimos agora na Bedeteca de Lisboa um exemplar de Comics zur Lage der Welt onde encontramos Pedro Burgos entre autores conhecidos / reconhecidos / importantes como Zeina Abirached, Edmond Baudoin, Conrad Botes, Sophie Dutertre, Igort, Jaromir 99, Ben Katchor, Loustal, Leila Marzocchi, Marc-Antoine Mathieu, Søren G. Mosdal, Cyril Pedrosa, Marko Turunen, Brecht Vandenbroucke, entre muitos outros…

Trata-se de uma colectânea de BDs e ilustrações para a edição alemã da Le Monde Diplomatique – infelizmente está redigida em alemão, apesar de haver muitas BDs mudas – publicada pela editora alemã de BD mais importante, a Reprodukt . Um álbum de luxo que vale bem a pena espreitar!

Quinta do Thorgal

Anunciamos o último “no brainer” de Verão porque este está quase acabar mas ainda temos uns três dias para ler algo leve. Esta Quinta-Feira de novidades na Bedeteca de Lisboa chegaram todos os volumes  da série Thorgal.

Lançada como colecção de 16 volumes há 2 anos pela Asa acompanhada pelo jornal Público trata-se de uma boa edição de uma “soap opera” com Vikings, Deuses nórdicos e ficção científica 1-0-1…

É uma série com um culto grande na Europa escrita por Van Hamme e desenhada pelo polaco Rosinsky. Depois de umas três editoras andarem a publicar às mijinhas fica completa a sua edição portuguesa  – se pegarem nos vários volumes das várias editoras, claro. Fica também completa as aventuras deste “filho das estrelas” escritas por Van Hamme, porque quando há vacas rentáveis convém ordenhar até ficarem bem secas.

Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal.

Cavalos de Düsseldorf

Olaf Ladousse visitou o Festival de BD da Amadora no ano passado! Agora eis na El Pep a dar-nos música de curto-circuito…

Bartoon 25

 

O pequeno mundo que Luís Afonso (Aljustrel, 1965) criou há 22 anos para o Público mantém um capital explosivo que nem sempre é fácil de explicar. Esta exposição – que aproveita a data redonda dos 25 anos do jornal que a publica – visa celebrar, ao mesmo tempo, a arte de um autor completo, e a força que o humor editorial ainda possui nos jornais de referência. Apesar da violência que procurará sempre tolher a liberdade. Exposição patente na Abysmo integrada no Bairro das Artes.

Inclassificável!

Acontece em Salamanca um “encontro de editores inclassificáveis” (uma espécie de Feira Morta?) que este ano tem Portugal como “país convidado”, ou seja, terá como visitantes Tiago Baptista (Façam Fanzines Cuspam Martelos), Catarina Cardoso (Portuguese Small Press Yearbook), alguém d’O Homem do Saco e ainda Marcos Farrajota e Joana Pires a representarem a Chili Com Carne e a MMMNNNRRRG, cujas editoras irão ter uma exposição comemorativa dos 20 anos de actividade da Chili e dos 15 da MMMNNNRRRG – exposição essa que inaugura hoje…

E em Portugal, não se comemora?

Divulgação de algo importante:

Por um ISBN justo e gratuito

 

Recentemente, a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) fez chegar a todos os editores um comunicado onde informa que, devido ao fim do apoio da Secretaria de Estado da Cultura — que teria nos últimos anos subsidiado uma parte dos custos operacionais da agência—não poderia manter gratuito o serviço de registos de ISBN, passando a cobrar aos editores um custo por registo, a partir de 1 de Janeiro de 2015.

 

Cabe-nos por isso a vontade de expressar a nossa indignação nomeadamente no que respeita os seguintes pontos:

 

– com esta medida assistimos a mais um corte por parte da Secretaria de Estado da Cultura a uma área já por si fragilizada devido ao contexto cultural em que vivemos, mas que acreditamos ser da maior importância para um país que se quer civilizado – o ramo livreiro e editorial.

 

– esta medida agora apresentada pela APEL estabelece diferentes valores para pedidos de ISBN consoante a quantidade pedida. Ou seja, numa clara economia de escala de venda de mercadoria a retalho, a APEL define que quanto mais ISBN pedir uma editora, mais barato fica. Ao assumir esta posição, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros favorece claramente uns em detrimento de outros, de acordo com o número de livros/títulos que cada um publica. Ao fazê-lo, torna o ISBN de uma pequena editora mais caro do que o de um grande grupo editorial, levantando sérias dúvidas sobre princípios de igualdade de acesso ao próprio pedido. Por outro lado, com esta medida, a APEL definiu um número mínimo de pedidos, seguindo o mesmo princípio economicista de “quanto mais, mais barato”, estando esse mínimo definido como cinco, independentemente de a editora publicar ou não os mesmos, não estando em causa acumular pedidos, uma vez que cada ISBN diz respeito a um título. Naturalmente e de acordo com esta ordem de pensamento, pedir um sai mais caro que pedir cinco. E pedir 300 sai mais barato que pedir cinco. Num panorama nacional, onde o estrangulamento do mercado actua sobre pequenos e médios editores, ou as próprias edições de autor, estabelecer este mínimo mais uma vez define regras de acesso ao mercado que não são próprias a um sector já de si ameaçado.

 

– por último a tabela de custos apresentada é muito superior a outros países com mercados livreiros e estilos de vida com rendimentos significativamente mais altos. A própria Agência Internacional do ISBN defende a necessidade de se adequar o custo do mesmo, quando cobrado, ao custo de vida do país. Dado o número de livros editados em Portugal, parece-nos abusivo o valor atribuído a cada ISBN, permanecendo desconhecido neste comunicado o destino efectivo deste financiamento, sendo assim claro que os editores estão a pagar para um serviço do qual não recebem retorno directo.

 

Um pequeno editor com um volume pequeno de edição anual, logo, com pouco retorno, poderá ver o seu normal funcionamento afectado por esta medida por não poder comportar os custos que acarreta. Desta forma esta medida põe em causa, no limite, a utilização deste sistema de identificação por parte de alguns editores, impedindo assim a normal e completa circulação do livro, dentro das normas que estão hoje estabelecidas. Ainda que o ISBN não seja obrigatório a opção pela sua omissão prejudica os editores no sentido em que os impede de ter o livro à venda em determinadas condições. Assim, a questão da obrigatoriedade impõe-se ainda que de forma pouco transparente.

 

Queremos por isso que o ISBN volte a ser gratuito, assegurado pela Secretaria de Estado da Cultura e preferencialmente atribuído à Biblioteca Nacional de Portugal como acontece com outros países com características semelhantes ao nosso.

 

Os editores abaixo-assinados:

 

 

 

a tua mãe*

Abysmo

Amor-Livro

Artefacto

BOCA

Chão da Feira

Chili com Carne

Clube do Inferno

Cólofon

Dafne Editora

DEBOUT SUR L’OEUF

Dois Dias Edições

Douda Correria

Frenesi

Guilhotina

Ignota

Língua Morta

Livraria & Editora Letra Livre

Livros de Bordo

Livros de Ontem

MMMNNNRRRG

Orfeu

Pato Lógico

Pé de Mosca

Pierrot le Fou

Planeta Tangerina

Qual Albatroz

Snob