Monthly Archives: Setembro 2023

Tinta a bombar!

A Tinta nos Nervos esta semana bomba que é coisa parva, ó:

Sobre as últimas “novelas gráficas” iranianas

Workshop do norte-americano Christopher Sperandio, que inaugurou uma exposição sua no fim-de-semana passado. + infos aqui.

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Afasia

Chegou o catálogo da exposição que esteve patente em Vila Franca de Xira do brasileiro Angeli. Amado pelo seu humor disseminado pela sua revista Chiclete Com Banana que chegava aos quiosques portugueses nos anos 90 – e uma versão mais “clean” pela Devir mais tarde. O catálogo, pela Sistema Solar, parece bastante incompleto e confuso, por exemplo, salta os trabalhos dos anos 70 para os 90 sem explicação. Brochou!

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Veneza dos Fanzines

O sítio de internet da Fanzineteca de Aveiro encontra-se disponível desde Domingo passado.

O projecto é uma secção física especial dedicada aos “Fanzines”, Revistas e Jornais alternativos que existe dentro da Biblioteca da Escola Secundária José Estêvão em Aveiro (..) Surge com o principal objetivo de preservar esses importantes documentos da cultura e expressão “underground” que são os fanzines, além, disso, dar a conhecer à população conteúdos alternativos muito relevantes a nível artístico, em áreas como a Banda Desenhada, Música, Cinema, Fotografia, Design, Ilustração, Escrita, Poesia, Política e Sociedade.

Esta é a coleção pessoal de Miguel Correia, por ele adquirida ao longo do tempo e agora disponibilizada para consulta por toda a comunidade para fins de pesquisa, investigação ou mero interesse por este tipo de publicações.

No website agora lançado, os visitantes poderão consultar o catálogo com as diversas publicações disponíveis. Este sistema de catalogação está preparado para efetuar uma pesquisa detalhada por título, referência, autores e editores, assim como por cidade, tema e conteúdos.

O visitante também irá encontrar aqui todas as novidades relevantes desta colecção, assim como toda a informação relativa às principais iniciativas e eventos promovidos pela Fanzineteca de Aveiro. 

(…) A partir de agora a Fanzineteca de Aveiro também irá aceitar doações provenientes de (…) editores que pretendam ter as suas obras aqui representadas e também de pessoas que detenham colecções de fanzines e não as pretendam manter, mas que também não as queiram destruir. Desta forma iremos conseguir preservar estas publicações evitando a sua destruição, e em simultâneo aumentar a variedade das obras disponíveis para consulta dos utilizadores da Fanzineteca de Aveiro.

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Ⓐ Lx’23

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Pequenas Mortes

Não sabemos se isto é uma “bullshit” como a maior parte das edições da G.Floy dos últimos 7 anos ou se é até é uma cena fixe de se ler, assim em modo de diversão “comiqueira”. Eis As Muitas Mortes de Laila Starr de Ram V (a) e do português Filipe Andrade (d) – e sim, esta é a razão que aqui divulgamos o livro -, uma BD publicada originalmente como uma minissérie de cinco “comic-books” pela norte-americana Boom! Studios em 2021.

Dizem: (…) explora a ténue distinção entre viver e morrer através da lente do realismo mágico. A Humanidade está à beira de descobrir a imortalidade. Como resultado, a avatar da Morte é enviada para a Terra para viver uma vida mortal em Bombaim como a jovem Laila Starr. Inconformada com a sua nova mortalidade, Laila arranja forma de descer à Terra no preciso lugar onde o criador da imortalidade nascerá. Irá Laila aproveitar para impedir a humanidade de alterar permanentemente o ciclo da vida, ou irá a morte realmente tornar-se uma coisa do passado?

Chegou um exemplar à Bedeteca de Lisboa mas entretanto já o lemos à pala num stand de jornais – o senhor foi muito simpático! – e confirma-se as dúvidas: “light”, sub-Gaiman, pouco imaginativo (considerando que podiam ter explorado a iconografia indiana), incongruência narrativa (a passagem do tempo não acompanha a evolução do mundo) e solipsista – as páginas de auto-apreciação são do mais masturbatório que já vimos, ao ponto de haver uma secção em que os vários intervenientes do livro listam as suas sequências favoritas do seu próprio livro! Aos autores, se querem ser mesmo artistas (como se auto-proclamam), um aviso: o tempo urge, a vida é curta e mais um chavão que falta tradução

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+RBP

O Museu Bordalo Pinheiro lançou o número 5 dos Cadernos de Bordalo, desta vez sob a batuta de Pedro Moura e como título Fazer Isto & Assignar. Banda desenhada, autografia e memória gráfica em Rafael Bordalo Pinheiro.

Mais um livro sobre o pai da BD portuguesa? Sim, é verdade mas parece-nos bastante interessante pois como Moura divulga: O objectivo (…) é o de um ensaio. Não se procura um regime de exaustão ou de listagens, cujo remate poderia ser hercúleo, mas árido e insubstancial. Ao longo de sete capítulos centrais, menos ou mais tematizados, perscruta-se a obra de Bordalo, para entender atitudes, mecanismos, recorrências, preferências e eficácias nos modos artísticos e nas inscrições sociais e políticas do autor. O ponto de partida é o de que possuímos hodiernamente um conceito e campo social da “banda desenhada” que pura e simplesmente não existia no tempo de Bordalo. Ele é, afinal, um dos “inventores” de toda uma série de estratégias formais, modos de publicação e circulação, atitude social, e de potencialidades textuais e materiais que depois seriam seguidas e/ou abandonadas. Bordalo, tal qual outros autores que lhe foram imediatamente anteriores ou contemporâneos,  estava a experimentar esta linguagem, e não se podia recorrer de um corpus de experiência consolidado, tal qual nós hoje podemos fazer, com 150 anos de produção. O que não significa que Bordalo não tenha reempregue princípios, noções ou instrumentos advindos de outras longas “tradições”, advindas da literatura, do teatro e,, claro está, da produção gráfica histórica da civilização ocidental (e não só, como é demonstrado no livro!).

Obra seleccionada pela Bedeteca Ideal.

PS – Acabou de chegar um exemplar para a Bedeteca de Lisboa, ena ena, que bela coordenação entre “serviços municipais”!

PPS – E chegaram também os outros volumes dos cadernos também eles com bom aspecto e interessantes: Bordalo não gostava de fadistas! (boas notícias! quer dizer que se junta ao Botelho e ao Farrajota), sobre o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (criador do primeiro herói da BD infantil ‘tuga, o Gafanhoto) – esta monografia também merecia entrar na Bedeteca Ideal!; Do Manguito e outros gestos e Bordalo, o jornalista visual.

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Quase todo…

Chegou à Bedeteca de Lisboa o colosso “quase raisonée” (tarefa impossível mas é bom divagar) da obra gráfica de Rafael Bordalo Pinheiro. Mais um livro sobre este mestre artista gráfico que merece toda atenção especialmente quando junta uma obra quase infinita de BDs, cartoons, caricatura, ilustração, gravura e tudo o mais que se possam lembrar do século XIX. Quase todo o Bordallo de Isabel Castanheira saiu o no passado pela Arranha Céus, editora irmã da Abysmo, do falecido João Paulo Cotrim, um bordaliano convicto! Aliás, como Isabel Amaral, viúva do editor, declarou: este projeto só seguiu em frente porque ela honra todos os dias a herança do João Paulo e assumiu este projeto (e outros) como forma de manter viva a sua memória.

O livrão aborda a sua obra gráfica, uma incomensurável produção de 36 anos de trabalho fecundo e ininterrupto. O livro compõe-se de duas partes distintas. Na primeira, organizada cronologicamente, são apresentadas ilustrações para os mais diversos suportes:  jornais, almanaques, anúncios, ementas, calendários, pautas musicais, folhetos de homenagem, etc… O livro acentua algumas particularidades da obra impressa do artista: a autocaricatura constante que se cruza com a sua vida pessoal; a criação de personagens, com presença contínua, cúmplices da sua veia satírica, como Maria da Paciência e o Zé Povinho; e o repórter gráfico que regista a vida cultural, principalmente os teatros, deixando-nos memória vívida da rica diversidade de palcos e bastidores. A segunda parte do livro é composta por uma seleção de notícias, tributos, memórias, ensaios, fotografias e desenhos dedicados a Bordallo, uma fortuna crítica incomparável e rara no contexto português.

Raphael Bordallo Pinheiro foi louvado em vida e continuamente lembrado após a morte. Passados que são cento e dezassete anos do seu desaparecimento, a sua obra continua a despertar a curiosidade e nela descobrimos traços de modernidade que o tempo não apaga. Com traço certeiro, Raphael aponta a dedo, e a lápis, as injustiças praticadas pelos poderes instituídos e expõe os infortúnios vividos pelo povo simples, ignorante e pobre, sem perspetivas de mudança. Moldado pelos ideais republicanos, denuncia a tirania e defende a integridade moral no exercício do governo público. Herdámos o seu sentido crítico e aprendemos com ele a observação desapaixonada e mordaz. O humor é, para Bordallo, e para nós, uma arma poderosa de transformação política, social e cultural.

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