Category Archives: silly season

SOS Cleto

Fugiu da sua casa nesta Páscoa, o divulgador evangelista, colecionador de selos e tradutor de BD, Pedro Cleto. Ao que foi nos dito, desde a sua miserável prestação no Júri dos Prémios da BD Amadora e por contacto com a BD pornográfica Druuna, babaquices melosas e a “rape-culture” do Louro a que foi sujeito na sua selecção para os ditos prémios, Cleto nunca mais foi o mesmo! Começou a comprar de volta os álbuns do Manara oferecidos pelas editoras e que despachava nos anos 90 no saudoso Salão do Porto, e pior ainda, voltou à procura de emprego!!

O Jornal de Notícias com os dramas da Media Global Group ainda nem reparou no desaparecimento nem deu o alerta do desaparecimento deste seu colaborador, talvez porque a redacção não saiba que o “F. Pina Cleto” é o nom de plume de Pedro – uma teoria válida dado ao mau jornalismo português actual.

2 comentários

Filed under silly season

Leve leve

É fodido para um gajo da BD não ser o Alan Moore e realmente escrever um romance à séria. Normal é uma “novela” (mas não gráfica) de Warren Ellis, argumentista inglês que trabalha prá indústria dos “comics” norte-americanos, sendo o que melhor que fez foi The Authority.

Normal lê-se entre duas idas aos banhos apesar da sinopse evocar emoções fortes, topem: O que será que se esconde por trás de uma fachada de normalidade?

Há dois tipos de profissionais que se ocupam do futuro: os estrategistas de tendências, que procuram organizar as cidades para sobreviver ao inevitável colapso da sociedade, e os previsores de estratégias, mais preocupados em preparar cada um dos seus clientes. Os primeiros são pagos por caridades e ONG, os segundos por empresas de segurança e corporações.

Estas são profissões de desgaste rápido, impossíveis de manter durante muito tempo. A depressão instala-se e, se o olhar de abismo se instala, há apenas um lugar para onde ir. O Cabo Normal.

Quando Adam Dearden, estrategista de tendências, chega ao Cabo Normal, está preparado para relaxar e aceitar o tratamento. Pouco depois, no entanto, um dos outros pacientes desaparece, deixando para trás apenas uma pilha de insetos. Uma investigação arranca, e a vigilância torna-se total. À medida que o mistério se vai desvendando, Adam começará a pôr em causa a forma como vemos o futuro… e também o passado e o agora.

Só que são apenas 189 páginas num formato 15x23cm com uma letra tão grande que nem usámos óculos para conseguir ler, mais espaçamentos bem grandes, como aliás, acontece com livros rascas tipo Códigodavince ou Can’t-Follow-it que parecem enormes, só para pessoas inteligentes mas depois lê-se de uma assentada só. Esperta a indústria do livro em manipular a vaidade e falta de autoestima dos leitores. Chegou à Bedeteca de Lisboa agora embora tenha saído em 2017 pela Top Seller (um dos piores nomes de sempre para uma editora), que na realidade fazia parte do grupo 2020, agora Penguin-Random House portuguesa. Hum, cheira-nos a conspiração…

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, outros media, silly season

Hum, hum… é mesmo… Boring!

Em Maio saiu um novo álbum de BD pela Asa/ Leya intitulado Crónicas de Lisboa que estavámos na dúvida se seria uma granda seca. Como juntava Ferreira Fernandes (texto) a Nuno Saraiva (BD) ainda dêmos o benefício da dúvida, agora que chegou um exemplar à Bedeteca de Lisboa e já o lemos podemos confirmar que é uma granda seca mesmo!

Não sabemos se o Saraiva quer substituir os velhinhos da BD da velha guarda que morreram todos entretanto ou se está na crise da meia-idade ou se precisa de ler BD reportagem à séria mas o resultado é deplorável de tão genérico que podia ter sido um ilustrador qualquer – reparem, escrevemos “ilustrador” e não “autor de BD”.

Nem é o que prometem é bem verdade – gosto pela cidade de Lisboa, pelas histórias da cidade, e na vontade de contá-las -, as BDs são uma mixórdia de banalidades que nem se quer tem a profundidade da revelação. Um condutor de Tuk-Tuks é capaz de contar do mesmo. As BDs foram pré-publicadas em no jornal digital Mensagem de Lisboa, em 2020, quando em plena pandemia, iniciaram esta BD. O Saraiva sofreu muito, pelos vistos, nesses anos bizarros,… de aborrecimento!

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd portuguesa, silly season

Férias com Filhos e Cavaleiros

Jodorowsky velho pilantra, temos de te aturar em Portugal que não é coisa pouca. Felizmente estamos a apanhar sol sem bifes bêbados à nossa volta e até conseguimos ler as tretas esotéricas que adoras despejar nos teus álbuns franco-belgas.

Sobre os Cavaleiros de Heliopólis: O destino de Luís XVII, que pereceu aos 10 anos nas masmorras da prisão do Templo, é, na mesma medida que o Homem da Máscara de Ferro, um dos maiores mitos da História de França. Um destino romanesco que o Jodorowski reescreve com brilho numa grandiosa fábula iniciática e esotérica. O traço virtuoso de Jérémy dá a Os Cavaleiros de Heliópolis a força de um fresco épico, em que se misturam os segredos da alquimia e os arcanos da História.

E sobre Os Filhos de El Topo: A continuação de um filme de culto em banda desenhada! No árido Oeste, El Topo foi um bandido que, ao abrir as portas do seu coração, se tornou um santo, chegando a realizar grandes milagres. Teve dois filhos, de duas mulheres diferentes. Figura funesta de couro negro a deambular pelo deserto, Caim, o maldito, jurou matar o pai, a quem nunca perdoou. Incapaz de levar a cabo a sua vingança, decide então voltar a atenção para o seu meio-irmão Abel. E neste oeste selvagem, tingido de misticismo, aqueles que cruzarão o seu caminho serão as vítimas colaterais… Foi no início dos anos 1970, à meia-noite em ponto, durante um festival de cinema, que o casal de vedetas, John Lennon e Yoko Ono, projecta El Topo (…) Imediatamente celebrado pela crítica e pelas maiores estrelas de rock da época, o filme dá origem à corrente Midnight Movies e gera um verdadeiro culto entre os cinéfilos do mundo inteiro. Ainda hoje ele não perdeu nada da sua grandeza e do seu estatuto de obra mítica. Quase meio século depois, Jodorowski decide contar a continuação… em BD. Graças ao traço virtuoso de José Ladrönn, dá-nos um western alegórico e surrealista, onde, (…) o género está ao serviço de considerações filosóficas e espirituais mais profundas. Cóf cóf cóf…

Jodo, prometes que esta BD tem o formato de três tiras por página para dar a ilusão de Cinema mas é um acto falhado, se tivesses mesmo para te chateares, batias o pé para se fazer noutro formato! Adoras dar tangas, né?

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd estrangeira, silly season

Bertoyas a peso

Desde 2018, de 6 em 6 meses, que as pequenas Arbitraire e Adverse deitam cá para fora um novo volume da obra completa desta grande criança hiper-activa underground chamada Bertoyas, que produziu 29 números do zine Kobé e outras colaborações aqui e acolá. Cada calhamaço de 200 páginas (estão previstos 6 volumes) é alternado entre as editoras para dividir o mal pelas aldeias. Feito num design exemplar que ainda consegue respeitar a difícil estética degradada da obra original, essas narrações relaxadas tanto citam Althusser como a final de voleibol feminina Rússia – Brasil, o que é quase a mesma coisa, se formos a ver bem… Aprendam aqui como se faz um livro!

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd estrangeira, silly season, zines

Apocalipse editorial

BD em Portugal significa duas Anne Franks (uma péssima, outra excelente), três versões do 1984 (one, two, three by Jove!), duas do Arte da Guerra de Sun Tzu (e qual delas a pior?) e pelos vistos mais uma biografia sobre Edgar P. Jacobs, agora pela dupla François Rivière (a) e Philippe Wurm (d) – este último descrito com um traço fino e preciso de um mimetismo perturbador. “Perturbador” é o termo certo para tanta árvore abatida para “satisfazer” leitores preguiçosos que não sabem ler livros sem bonecada… Chegou um exemplar à Bedeteca de Lisboa.

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd estrangeira, referência, silly season

Sica ordinário

Escrevemos isto a 18 de Agosto do ano passado: Passados seis anos finalmente o Ordinário do brasileiro Rafael Sica (salvo seja) chega catalogado e disponível à Bedeteca de Lisboa. Divertido e a aguentar bem os seis anos passados…

Entretanto a SHeITa publicou em Portugal esta obra com alguns extras e em bilingue, português e inglês – sendo que estas BDs são mudas, isto é, sem texto (!?). O que poderia ser uma boa notícia é estragada pelo facto do livro custar 25 Euros! Deve ter sido a “tradução” que encareceu este livro a preto e branco! Ou então o texto do Fábio Zimbres que custou uma fortuna, “claro”…

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd estrangeira, silly season