Outra Janela no WC

Aproveitem para visitar até dia 2 de Junho, no antigo WC do Jardim Camilo Castelo Branco a exposição de Amanda Baeza intitulada Outra Janela, no âmbito do ciclo de exposição WC/ BD – sendo esta a melhor exposição até agora: bonita, fresca e iluminada.

“Às vezes abrir uma porta ou uma janela é o primeiro passo que damos para enfrentar o mundo que nos rodeia. E se usarmos o mesmo gesto para explorarmos novos mundos?”. É esta a premissa da exposição, que reúne uma seleção de banda desenhada, capturada por lápis de cor.

Deixe um comentário

Filed under acontecimentos, bd portuguesa, ilustração

Peidinhos

A editora Devir anunciou em Dezembro do ano passado que iria lançar o mangá Boa Noite Punpun / Oyasumi Punpun da autoria de Inio Asano, série comporta por 13 volumes, originalmente publicada no Japão entre 2007 e 2013. Dito e feito, já anda por aí o primeiro volume que, à semelhança de Sunny e Monster, a série também será editada no formato “dois em um”. Vamos saber finalmente porque a rapaziada gosta tanto disto…

Deixe um comentário

Filed under bd estrangeira, miúdos

Voto nulo

Uma, mulher, um voto é romance historiográfico da escritora Alicia Palmer e da artista Montse Mazorriaga e é uma homenagem a todas as mulheres que lutaram pelo voto feminino, dizia a Levoir quando lançou este livro, com o Público, no passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.

É pena que seja uma homenagem absolutamente medíocre, uma enorme BD de “talking heads” que envergonharia até os velhotes que imitavam o Príncipe Valente durante (e após) o Estado Novo com camadas de texto e zero dinamismo narrativo. Consegue ser pior que Mulheres Sem Medos, o que era difícil! A BD extra desta edição, sobre o sufrágio feminino em Portugal, de Pedro Moura (a) e Matilde Feitor (d) é ligeiramente melhor do que a obra espanhola. Limitada a 10 páginas, a prosa de Moura é sem dúvida mais interessante e os desenhos de Feitor são mais plásticos – considerando que a autora tem 19 anos! Pelo menos o livro não é em capa dura como a homogénea Colecção Novela Gráfica, mas a intimidade na leitura ganha com um livro mais maleável não é recompensado pela obra aburrida!

A BD atravessa as primeiras décadas do século XX e descreve o complexo processo político através do qual as mulheres conquistaram este direito em Espanha, em 1931, bem como a personalidade e o papel desempenhado pela advogada e deputada Clara Campoamor nesta conquista e a consciência política e o percurso pessoal de Mari Luz uma jovem da província, que chega a Madrid para trabalhar como cigarrera na Real Fábrica de Tabacos. Ali conhece Justi que a vai introduzir na luta pelos seus direitos, entre eles, o direito de voto das mulheres. A documentação apresentada que inclui numerosas capas e páginas de jornais, numa entrevista diz Montse: apoiámo-nos muito nas fontes digitais do Arquivo Nacional de Jornais, que, graças ao grande trabalho de recuperação de documentos de todas as épocas, permite encontrar jornais, recortes de jornais, fotografias… O prefácio de Joana Fernandes sublinha também a história do sufragismo português na pessoa de Carolina Beatriz Ângelo (…) a primeira mulher a votar em Portugal e no sul da Europa, num gesto de coragem sem igual na sua época.

As mulheres merecem uma BD melhor!!!

Deixe um comentário

Filed under bd estrangeira, bd portuguesa

João Carlos & José de Lemos

Chegaram à Bedeteca de Lisboa os belíssimos monográficos dedicados aos artistas João Carlos (1899-1960) e José de Lemos (1910-95), publicados pela Arranha-Céus sob a batuta de Jorge Silva.

João Carlos é apenas metade de uma personagem complexa, mestre de muitas artes e ofícios. Assinando com os apelidos Celestino Gomes, é poeta, prosador e ensaísta, e também divulgador científico, na rádio, televisão e jornais, associado à sua profissão de médico higienista. Assinando João Carlos, pinta, ilustra e entalha a madeira. Eternamente enamorado por Ílhavo, onde nasce em 1899, conta e pinta a gesta heroica da comunidade piscatória e grafa a sua pitoresca linguagem. O traço sinuoso e preciso, a ausência de perspetiva e a ornamentação onírica e orientalizante que encontramos na sua produção gráfica são todo um programa de arte e vida do artista prolífico que espalha tinta-da-china em folclóricos quadros para revistas e jornais, glosa as peripécias da história da Medicina em propaganda de laboratórios farmacêuticos e se devota à dramática biografia de santos e messias em livros e fascículos colecionáveis. Espiritual e humanista, fascinado pela gravura do japonês Hokusai, os Primitivos de Quatrocentos, as artes bizantina e oriental, e pelos XX Dessins do pintor Amadeo de Sousa Cardoso, João Carlos constrói, no seu horror ao vazio, uma emocionante epopeia gráfica, à margem do modernismo oficial e estilizado da «Política do Espírito» do Estado Novo. Falece em Lisboa em 1960.

José de Lemos é um caso à parte na multidão de génios da ilustração portuguesa do século XX. O seu traço modernista, de altos contrastes, não terá mestre nem discípulos. A literatura para crianças e o vespertino Diário Popular marcarão a sua vida e obra. Sob o signo do absurdo, sua criação literária e gráfica para crianças cristaliza-se em livros da editora Ática, ao longo dos anos quarenta e cinquenta, negando o naturalismo, a paródia cartoonesca e os valores morais e pedagógicos do Estado Novo. Cumprirá integralmente os 49 anos do Diário Popular, cujo primeiro número se publica em setembro de 1942. Lemos ilustra generosamente todo o jornal, mas dois suplementos, o Volta ao Mundo e o Sábado Popular, criados nos anos 50, revelarão a excelência da obra gráfica do artista, em ilustrações a tinta da china ou guache, aos quais aplicará tramas fotomecânicas coloridas. Riso Amarelo, a mais célebre rubrica de Lemos, aparece em 1965 e acompanhará o jornal até à derradeira saída das rotativas, em 28 de setembro de 1991. O Riso será o retrato lisboeta do país e do conformismo cívico dos últimos anos da ditadura. A sua interminável galeria de tipos humanos vale um ensaio antropológico e social, num diálogo magistral entre a linha e a mancha.

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd portuguesa, ilustração, referência

O Hulk sem o Hulk!

Chegou Monstros de Barry Windsor-Smith à Bedeteca de Lisboa. Reza a história que em 1984, Barry Windsor-Smith planeou uma banda desenhada do Hulk para a Marvel que não se concretizou. Em 27 de Abril de 2021, 37 anos depois, foi lançada a obra Monstros pela Fantagraphics, a qual se baseia na estória supracitada. A G. Floy é a responsável pela edição nacional, lançada em 2022.

Uma autêntica tour de force de narrativa visual de 360 páginas, Monstros tem uma copiosa tela narrativa, em igual parte drama familiar, thriller e viagem metafísica, um retrato íntimo de indivíduos que tentam recuperar as vidas que lhes foram roubadas e uma odisseia política épica que percorre duas gerações da história americana. Monstros é ilustrado com a impecável técnica e lápis e tinta de Windsor-Smith, com a narrativa visual mais sofisticada da carreira do artista, com uma notável sensibilidade de gestos e composição. (…) Estamos em 1964. Bobby Bailey ainda não sabe que está prestes a cumprir o seu trágico destino quando se vai alistar nas Forças Armadas. Traumatizado, inocente, discreto e com vontade de escolher o seu passado e focar-se no futuro, Bobby é o candidato perfeito para uma experiência secreta dos EUA, uma continuação macabra de um programa genético descoberto na Alemanha nazi, 20 anos antes, no final da 2.ª Guerra Mundial. O único aliado de Bailey e o seu protector é o sargento McFarland, que intervém e dá início a uma sequência de eventos que se descontrolam completamente. À medida que os monstros se multiplicam, tornando-se reais e metafóricos, a história atinge o crescendo de um autêntico Juízo Final moral.

PS – a mosca / logotipo da editora na capa fica mesmo mesmo mal ali! A mosca ’tá a comer um cadáver!? Milhares de euros investidos e zero olhos.

PPS – Esta obra merece estar na Bedeteca Ideal?

Deixe um comentário

Filed under acervo da bedeteca, bd estrangeira

“Genocidal Self-defense”

Gary Groth, editor da Fantagraphics, e Joe Sacco, autor de vários livros sobre os conflitos em Gaza, lançaram este comunicado e BD sobre o actual “genocídio de auto-defesa”. Entretanto, Sacco tem mais para dizer e para simplificar usem este LINK para actualizações.

Deixe um comentário

Filed under acontecimentos internacionais, e-comix

Não percebemos porque Israel faz parte da Eurovisão…

https://blog.elftorp.com/2024/05/07/rum-for-frihet/

Mattias Elftorp @ BLX

Deixe um comentário

Filed under acontecimentos internacionais, bd estrangeira