Monthly Archives: Agosto 2023

Férias com Filhos e Cavaleiros

Jodorowsky velho pilantra, temos de te aturar em Portugal que não é coisa pouca. Felizmente estamos a apanhar sol sem bifes bêbados à nossa volta e até conseguimos ler as tretas esotéricas que adoras despejar nos teus álbuns franco-belgas.

Sobre os Cavaleiros de Heliopólis: O destino de Luís XVII, que pereceu aos 10 anos nas masmorras da prisão do Templo, é, na mesma medida que o Homem da Máscara de Ferro, um dos maiores mitos da História de França. Um destino romanesco que o Jodorowski reescreve com brilho numa grandiosa fábula iniciática e esotérica. O traço virtuoso de Jérémy dá a Os Cavaleiros de Heliópolis a força de um fresco épico, em que se misturam os segredos da alquimia e os arcanos da História.

E sobre Os Filhos de El Topo: A continuação de um filme de culto em banda desenhada! No árido Oeste, El Topo foi um bandido que, ao abrir as portas do seu coração, se tornou um santo, chegando a realizar grandes milagres. Teve dois filhos, de duas mulheres diferentes. Figura funesta de couro negro a deambular pelo deserto, Caim, o maldito, jurou matar o pai, a quem nunca perdoou. Incapaz de levar a cabo a sua vingança, decide então voltar a atenção para o seu meio-irmão Abel. E neste oeste selvagem, tingido de misticismo, aqueles que cruzarão o seu caminho serão as vítimas colaterais… Foi no início dos anos 1970, à meia-noite em ponto, durante um festival de cinema, que o casal de vedetas, John Lennon e Yoko Ono, projecta El Topo (…) Imediatamente celebrado pela crítica e pelas maiores estrelas de rock da época, o filme dá origem à corrente Midnight Movies e gera um verdadeiro culto entre os cinéfilos do mundo inteiro. Ainda hoje ele não perdeu nada da sua grandeza e do seu estatuto de obra mítica. Quase meio século depois, Jodorowski decide contar a continuação… em BD. Graças ao traço virtuoso de José Ladrönn, dá-nos um western alegórico e surrealista, onde, (…) o género está ao serviço de considerações filosóficas e espirituais mais profundas. Cóf cóf cóf…

Jodo, prometes que esta BD tem o formato de três tiras por página para dar a ilusão de Cinema mas é um acto falhado, se tivesses mesmo para te chateares, batias o pé para se fazer noutro formato! Adoras dar tangas, né?

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Autor/A

Autor de BD é mesmo uma profissão? Em França é de certeza ou então não havia este guia em linha – e em papel que chegou à Bedeteca de Lisboa por acaso…

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Indonésio sábio

Chegou à Bedeteca de Lisboa The Wisdoms of Methodos, um graphzine do artista indonésio Vendy Methodos. A5 impresso em risografia foi editado pela nossa conhecida e australiana Silent Army.

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Bertoyas a peso

Desde 2018, de 6 em 6 meses, que as pequenas Arbitraire e Adverse deitam cá para fora um novo volume da obra completa desta grande criança hiper-activa underground chamada Bertoyas, que produziu 29 números do zine Kobé e outras colaborações aqui e acolá. Cada calhamaço de 200 páginas (estão previstos 6 volumes) é alternado entre as editoras para dividir o mal pelas aldeias. Feito num design exemplar que ainda consegue respeitar a difícil estética degradada da obra original, essas narrações relaxadas tanto citam Althusser como a final de voleibol feminina Rússia – Brasil, o que é quase a mesma coisa, se formos a ver bem… Aprendam aqui como se faz um livro!

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Lendas Japonesas

Uma surpresa pela Polvo mitra: Lendas Japonesas, o último lançamento póstumo de José Ruy – um álbum que conta várias histórias baseadas na obra de Wenceslau de Moraes.

Do prefácio do álbum: Quando, nos anos 1940, tomei conhecimento dos artigos de Wenceslau de Moraes sobre lendas japonesas, que ele escrevera do Japão para a revista portuguesa Serões, editados então em livro, fiquei apaixonado pelo tema.
Colaborava nessa altura no jornal infantil O Papagaio, transformado já em suplemento da revista Flama, e decidi adaptar em quadrinhos esses textos. Entre Outubro de 1949 e Janeiro de 1951 desenhei nove dessas lendas. (…)” 

Teme-se que as novas cores comprometa este álbum que chegou a ser projectado para a Colecção Bedeteca.

PS – entretanto há uma exposição de originais deste livro até 9 de Setembro no Clube Português de BD na Amadora…

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Arte Post Mortem

O artista suiço Yves Hänggi anda por Lisboa e vai fazer logo duas exposições assim de rajada, ó: Fábrica Fantasma na Fábrica Braço de Prata (Lisboa) até 22 de Outubro; e Voodoo Underground n’A Mata (Lisboa) até 26 de Agosto. Para fãs de art brut, bien sûr!

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Apocalipse editorial

BD em Portugal significa duas Anne Franks (uma péssima, outra excelente), três versões do 1984 (one, two, three by Jove!), duas do Arte da Guerra de Sun Tzu (e qual delas a pior?) e pelos vistos mais uma biografia sobre Edgar P. Jacobs, agora pela dupla François Rivière (a) e Philippe Wurm (d) – este último descrito com um traço fino e preciso de um mimetismo perturbador. “Perturbador” é o termo certo para tanta árvore abatida para “satisfazer” leitores preguiçosos que não sabem ler livros sem bonecada… Chegou um exemplar à Bedeteca de Lisboa.

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