Houve uma altura que a Bedeteca de Lisboa recebia a The Comics Journal. Talvez pela periocidade desta publicação ter deixado de existir que a Bedeteca ficou sem a mais importante revista de referência sobre BD. Talvez também seja essa a razão que toda a gente ficou doida com o fanzine Bubbles que só divulga o que nós gostamos (e é uma imensa minoria, como diziam os outros, e que até anda por Lisboa). Alguma alma caridosa ofereceu um número ao acervo da Bedeteca. Fixe! Vamos ler isto com atenção!
Já se encontra nos quiosques desde o passado dia 18, o último número do jornal “anarco-centenário” A Batalha, em constante mutação editorial mas com uma constante participação de ilustradores – a capa deste número é do 40 Ladrões. Além de uma tira do André Coelho, ilustrações de André Pereira, Gonçalo Alves, Gianluca Costantini e Júlia Barata, há as resenhas a livros de BD que nenhum outro jornal ou blogue especialista conseguem sequer imaginar ou classificar, por inércia ou preguiça.
Número redondo. Trezentas edições de A Batalha publicadas desde 1974, quando um grupo de velhos militantes da CGT se juntou a uma nova geração para voltar a pôr de pé o histórico título do anarquismo em Portugal. Número redondo que sai para as bancas no preciso dia em que lembramos os redondos 90 anos do movimento insurreccional de 1934. Nesta edição, dedicamos especial atenção ao 18 de Janeiro, com um artigo de Hermínio de Freitas Nunes sobre a história do operariado vidreiro da Marinha Grande e uma breve genealogia da lenta, mas decidida organização do patronato, que acabou por dar o golpe de misericórdia no sindicalismo livre com a criação do modelo corporativista. Mas não só de velhas insurreições é feita esta edição de A Batalha. Traçamos um retrato da vida militante de Alfredo Bonanno, que morreu no final do ano passado, e através dele procuramos compreender o significado ético da sua insurreição de conduta.
Destaca-se, também, uma importante entrevista do CrimethInc. a Jonathan Pollak, antigo activista dos Anarchists Against the Wall, sobre a resistência palestiniana e a normalização de dispositivos extra-judiciais na punição de dissidentes à máquina de guerra colonial do Estado israelita. Por cá, o colectivo Vozes de Dentro foi um dos organizadores de manifestações de apoio a pessoas presas em Lisboa e Coimbra no dia 31 de Dezembro. Juntamos o seu testemunho sobre os acontecimentos desse dia, que resultou na detenção de um manifestante e na agressão de um jornalista, em mais um exemplo da naturalização da violência policial que ficou ostensivamente demonstrada ao longo do último ano.
Entre o aparato securitário neo-liberal, que já se vislumbra também na Argentina, com Milei, receitas antropofágicas, um retrato à la minuta de Schiele, a reabertura do debate em torno do identitarismo e o regresso da Subida da Rampa do Vale de Santo António, eis o número 300 de A Batalha a abrir 2024, ano em que celebramos os 50 anos do ressurgimento do nosso jornal. Mas mais sobre isso depois da gritaria e da canícula.
Já chegou um exemplar à Biblioteca de Marvila / Bedeteca de Lisboa!!
Segundas para Sempre (“Mondays”) é um filme de ficção científica divertida de Ryo Takebayashi em que os personagens descobrem que estão presos numa repetição interminável da semana anterior. O que se segue é uma jornada hilariante enquanto tentam desvendar o mistério do loop temporal e encontrar uma maneira de escapar, que os obrigará a confrontar o seu chefe.
O que tem isto a ver com BD? É preciso ver o filme mas não necessariamente numa Segunda-Feira!
AMANHÃ o Vortex (Lisboa) abre as portas para receber os Frenzy, oriundos de Madrid, e os Dolmen Gate, de Lisboa. Ambos metaleiros foleiros mas destacamos os primeiros porque o seu último álbum é uma homenagem aos Watchmen, ou seja, ao menos as músicas não são sobre dragões e machados!
Chegou-nos isto hoje: Não podíamos iniciar o ano de celebrações dos 50 Anos da Revolução de Abril de melhor forma. É com muito gosto, que vos convidamos para a abertura da exposição / Ação Coletiva BECO da OFICINA ARARA na Alfaia.
A Oficina Arara convocou a comunidade para este momento de criação coletivo.Artistas, alunos da Escola Engenheiro Duarte Pacheco e a ASMAL participaram neste projeto, contribuindo para esta manifestação de liberdade, catártica, coletiva.Com a presença de “Statim Intra no YWHW, YHWH Totti Eternum” (street music performance).
INAUGURAÇÃO | 26 Janeiro 2024, 18h ///PATENTE | 26 Janeiro – 23 Março 2024 /// HORÁRIOS | Qui-Dom, 16h-20h /// CONCERTO | PERFORMANCE 26 Janeiro, 18h
A exposiçãoreúne parte de um arquivo de imagens da artista e várias pinturas a óleo e a guache que, em certos casos, se poderiam designar como desenhos com cor. Estas representações, de execução relativamente rápida e em cores saturadas, abrem-se à exploração poética pontuada pelo humor: surgem-nos personagens incompletas, esburacadas, entaladas, desfiguradas, pedras que insinuam figuras humanas, sínteses abstratas, vegetação que brota de rochedos e fragmentos que se confundem com partes do corpo humano. No seu conjunto, evocam o estado de transcendência do sujeito pela transfiguração das personagens, mas também o estado da autora no impulso do fazer e no devir da pintura, próprios ao ato de criação.
Irene Loureiro (1980) é membro do coletivo artístico PIZZ BUIN fundado em 2005. Individualmente apresentou o seu trabalho na exposição Mão que dá, mão que atira (Galeria da Casa da Imagem, 2014) e em On the Road à Procura do Senhor (Galeria do atelier Cirurgias Urbanas, 2009). Tem desenhos publicados no Mapa, Três Três e Carne e Osso.
A exposição estará patente até 2 de Março e poderá ser visitada de Quarta a Sexta das 14h30 às 19h e Sábados das 10h30 às 13h e das 14h30 às 18h.
Editado pelo projecto ElMonstruoDeColoresNoTieneBoca de Roger Omar (quem? este mesmo!), eis que chegou o número 4 do fanzine Soñario, com tema especial “Paseo”. Impresso em risografia aqui no burgo (pela Arco Ignis, na realidade é a malta da Magma Bruta!), nas suas páginas bicolores encontramos vários artistas mexicanos e latinos – e as “nossas” Ana Margarida Matos e Sofia Neto.
O “monstro” começou por publicar uns desdobráveis em acordeão com sonhos (ou pesadelos) de crianças ilustrados por artistas gráficos do mundo inteiro (incluindo Portugal com Amanda Baeza ou Pedro Lourenço) a lembrar o conceito de Duplex Planet Illustrated de David Greenberger que recolhia histórias de velhos em centros de dia para depois transformar em BD. Com este título, o Soñario, os artistas podem contar os seus próprios sonhos…
Uma Bedeteca Anónima 